|
Marco Aurelio Smith Filgueiras CRM 1368(PB) |
O cérebro antigo era distante e misterioso, escondido nas profundezas do crâneo e inacessível. Há cerca de três décadas vem acontecendo uma verdadeira revolução, entramos na chamada “era do cérebro novo” graças em grande parte, ao desenvolvimento de tecnologias de criação de imagens por computador que permitiram mapear o cérebro em funcionamento. Alguns mitos caíram por terra, como exemplo este: só usamos 10% do nosso cérebro. Na verdade todo o cérebro trabalha o tempo inteiro, só que algumas partes podem ser mais ativadas a depender do que estivermos fazendo naquele momento.
Agora é possível estudá-lo em “tempo real” quando estamos pensando, criando uma obra de arte, sentindo uma emoção ou tomando uma decisão. Os testes cerebrais podem até indicar quando alguém está falando a verdade ou mentira, além de proporcionar uma estimativa de nossa inteligência e capacidades individuais. Os neurocientistas chamam esse novo campo de “ciência cognitiva”: o estudo dos mecanismos responsáveis por nosso pensamento, emoções, decisões e atos. A cognição designa tudo aquilo que acontece em nosso meio interno e nos ajuda a conhecer o mundo.
Na era do Novo Cérebro, a ênfase está passando das doenças e disfunções para a compreensão do cérebro do homem e da mulher. Esse novo enfoque é de extrema relevância porque as pesquisas estão nos fornecendo diretrizes uteis para a vida cotidiana. Como exemplo, podemos citar o “esquecimento” que no idoso, geralmente é diagnosticado como “Doença de Alzheimer” (um modismo), na nova compreensão do cérebro, pode ser um sintoma corriqueiro do próprio envelhecimento. Outro exemplo: a hiperatividade e a falta de atenção, especialmente em crianças vêm sendo diagnosticado e tratado como Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Quando abordamos as questões familiares daquelas logo percebemos e compreendemos que TDAH muitas vezes é a modo como algumas delas reagem quando vivenciam os problemas dos pais e/ou parentes.