Análise qualitativa da Pesquisa Ipespe, aponta para a
vitória da candidata Francisca Motta.
Prof. Luiz Ernani Torres (*)
Em comparação com a primeira pesquisa, publicada em 28/07, a
rejeição da candidata Francisca Motta (PMDB) saltou de 18%, na pesquisa
anterior, para 33%, nesta pesquisa. No entanto, ela evoluiu em todos os outros
percentuais, estando praticamente eleita prefeita de Patos.
Na votação espontânea, Chica alcançou 47%, contra 35% da
anterior, enquanto Dinaldinho (DEM) de 22% passou para 39%. Na estimulada, a
candidata peemedebista manteve-se na margem de erro, no caso 50% na anterior e
49%, na atual, enquanto Dinaldinho teve um pequeno incremento de 33% para 39%.
Em termos de votos válidos – em que não são computados os
votos brancos e nulos –, na estimulada, Chica Mota alcançou 51% contra 40% de
Dinaldinho; mesmo se todos os 7% dos eleitores indecisos decidissem votar no
candidato do DEM - hipótese pouco provável porque sua rejeição cresceu de 31%
para 39% - este chegaria a 47%, sem possibilidades de alcançar a peemedebista.
Achamos importante explicar o significado qualitativo do
atributo “rejeição”, porque ela pode ser essencial e profunda, ou emocional,
subjetiva e superficial. Uma rejeição essencial, que dificilmente será
neutralizada, se constrói no decorrer de um lapso de tempo, ou em consequência
de um fato novo de efeito negativamente impactante na imagem do candidato. Já a
rejeição não essencial, que é fruto de cenários situacionais e transitórios,
poderá ser trabalhada e esvaziada e até cessar naturalmente se superada a causa
que a originou
Em campanha eleitoral, no inconsciente coletivo dos
eleitores, a resposta de “não votariam, de forma alguma, num determinado
candidato”, habitualmente se restringe ao contexto das eleições em andamento,
sendo, portanto, superficial e situacional, e identificada nos eleitores que se
opõem ao candidato alvo da rejeição.
Esses conceitos explicam o porquê do grande crescimento da
rejeição em relação à candidata Chica Motta.
O candidato Dinaldinho, na votação espontânea, como
dissemos, deu um salto de 22% para 39%, enquanto Francisca Motta, nesta
pesquisa, registrou 47%, contra 35% na primeira.
Consequentemente, eleitores que eram indecisos na espontânea
– 35%, na pesquisa anterior, e somente 9%, na atual – que migraram para
Dinaldinho, obviamente declararam que não votarão em Chica Motta.
Outros dois cenários consolidam a certeza da vitória de
Chica Motta. O conceito de continuidade carrega um forte apelo eleitoral porque
a população, em seu inconsciente coletivo, teme mudar o que está dando certo; nesse
cenário, os conceitos ótimo e bom aplicados à administração do prefeito Nabor
passaram de 52% para os atuais 64%, enquanto o percentual dos conceitos ruim e
péssimo caiu de 13% para 8%.
Outrossim, 45% dos eleitores – na pesquisa anterior foi 50%
-, acham que Chica ganhará as eleições; já o percentual dos que acreditam na
vitória de Dinaldinho pulou de 27% para 33%, ainda bem abaixo da candidata
peemedebista.
* Sociólogo e analista político
Fonte: JP Online – Jornal da Paraiba
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