Diferenciação e planejamento sistemático são as primordiais ações para manter o valor de uma marca de mais de oito décadas.
Oitenta e cinco anos de história só são factíveis com uma
marca consistente e condizente com a estratégia da empresa. Para dar perenidade
aos negócios, o Grupo Fleury aposta nas pessoas como alicerce.
Conheci o Laboratório Fleury acompanhado de Fábio Rocha do Laboratório Maurílio Almeida há cerca de dez anos. Fiquei encantado com a gestão e, principalmente, o marketing da Organização. Até os dias de hoje recebo informações sobre as inovações do Grupo Fleury.
“Preparamos as
gerações para perpetuar a marca da empresa, que tem um forte poder atrativo”,
ressalta o presidente do Grupo Fleury, Omar Hauache.
A sustentabilidade de uma marca foi um dos temas do
Intercâmbio de Ideias, do Saúde Business
Forum deste ano. Hauache apresentou a experiência do Fleury, voltada para o
desenvolvimento de líderes e profissionais comprometidos com os valores da companhia.
Programas de trainee, formação de gestores, enfermeiros,
remuneração diferenciada, metas compartilhadas, entre outras ações, fazem parte
do desenvolvimento das pessoas. Tudo para inseri-los na missão de prover
soluções completas e integradas, que visam resolver o problema ou situação do
cliente.
Na opinião do superintendente do Hospital Nove de Julho,
Luiz de Luca, marca está ligada à segmentação e diferenciação. “Eu não posso
ter a mesma estratégia que o meu concorrente. O setor tem de ser mais agressivo
ao tratar os concorrentes”, diz de Luca.
Ainda de acordo com o executivo – também um dos palestrantes
do Intercâmbio – quatro caminhos são imprescindíveis para a consolidação de uma
marca sustentável. São eles: análises das oportunidades de mercado; seleção dos
mercados-alvo e posicionamento competitivo; desenvolvimento do mix de marketing e gerenciamento do
esforço de marketing.
Diferenciação é a característica perseguida pelo Fleury que,
nos últimos nove anos, adquiriram 26 companhias. A rede de medicina diagnóstica
Labs D’Or foi a maior delas, por R$ 1,04 bilhão, no final do ano passado. A
rede é líder em exames por imagem no Estado do Rio, com 57 unidades de
atendimento.
Ao integrar cerca de três mil funcionários aos seis mil já
existentes, o grupo tem um desafio brutal em mãos. “A transição será muito
cautelosa. É um desafio sem precedentes. Por isso trabalhamos com auxílio de
consultoria, estudando as marcas adquiridas para nos adaptarmos a elas também.
Isso não acontece da noite para o dia. Temos o cuidado de não destruir valor”,
explica Hauache.
Recentemente, o grupo anunciou a unificação de 13 de suas 16
marcas e criou uma nova bandeira, a “a+ Medicina Diagnóstica”, voltada para o
atendimento das classes B e C, que já representam cerca de 30% das atividades
do grupo.
A mesa composta por instituições de diferentes portes
congregou experiências distintas de sustentabilidade de marca. O laboratório
Salomão & Zoppi, por exemplo, é referência de qualidade entre os médicos e
não abre mão de sua gestão familiar. “É possível ser pequeno e ser relevante.
Exame não pode virar commoditie.
Encaro a incorporação como algo perigoso. É mais fácil administrar uma cultura
que é sua. Os médicos sabem exatamente como pensamos. Não temos a menor
intenção em abrir capital”, afirma Paulo Zoppi, sócio do laboratório.
Apesar dos diferentes players que compõe o segmento, alguns
aspectos em comum foram levantados para a construção de um caminho sustentável.
Gerar diferenciação, criar propriedade, ser relevante e manter a consistência.
Tais diretrizes direcionam o produto ou serviço, independente do setor, a um
lugar distinto e valorizado na mente do consumidor-alvo.