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quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Quem são os agentes da inovação?


  • Francisco Albuquerque é fundador da Agência de Cocriação e atua como business designer em projetos de inovação e desenvolvimento organizacional. Possui formação em Gestão de Negócios, Gestão da Inovação, Business Model e Design Thinking pela ESPM-SP. Contatos: Twitter e LinkedIn

Afinal, de quem é a responsabilidade sobre a inovação? Da empresa ou dos colaboradores? De ambos! Mas cada um tem o seu papel e eles são complementares.
Do ponto de vista da estratégia, a empresa precisa apoiar os trabalhos de inovação e definir as diretrizes alinhadas às suas estratégias de negócios para que as áreas tenham condições de inovar no seu dia a dia.
Mas, para que a inovação aconteça, é preciso criar cultura, e em muitos casos quem tem este papel é a área de Recursos Humanos.
Algumas empresas já possuem áreas de inovação estabelecidas, mas este ainda é um número pequeno frente à realidade nacional.
E é importante dizer que não estou falando de inovação tecnológica, feita geralmente por áreas de pesquisa e desenvolvimento, mas sim da inovação que pode ser gerada por áreas multidisciplinares se essas trabalharem de forma integrada na solução de problemas comuns.
E como criar essa cultura?
Sabemos que as pessoas são reticentes a mudanças, mas sendo o RH uma área responsável pelo desenvolvimento de pessoas, podemos sugerir algumas ações, como por exemplo:
Apoiar a realização de workshops de inovação;
Desenvolver programas de treinamento;
Auxiliar na manutenção da estrutura que permite que a inovação não seja só criada, mas comunicada, aceita, testada e implantada;
Ampliar os espaços que permitam às pessoas germinar as ideias que trarão lucratividade (Shared Spaces);
Preparar os líderes e as equipes para trabalhar e pensar de forma diferente;
Aproximar líder de liderados;
Planejar em conjunto com as áreas de negócios o desenvolvimento das competências necessárias para operacionalizar as inovações;
Capacitar as pessoas em ferramentas, processos, tecnologias e incluir a inovação como competência no processo de admissão.
Inovação tem a ver com pensar diferente que será possível a partir do estímulo que a empresa pode proporcionar aos seus colaboradores para a geração de novas ideias.
Esse tipo de cultura é diferente daqueles antigos e pouco usuais programas de geração de ideias ou caixas de sugestões, e leva uma grande vantagem a outras ações, pois estimula a colaboração entre as pessoas, o que é um grande ganho no clima organizacional pelo ponto de vista da área de RH.
É possível inovar a partir da multidisciplinaridade, dando valor a experiência e formação de cada profissional, fomentando a colaboração entre os participantes em workshops apoiados por abordagens como o Design Thinking, por exemplo, que leva em consideração a empatia (conhecer em profundidade para quem você está gerando inovação), a colaboração (cocriação de soluções) e a experimentação (desenvolver protótipos ou avaliar cenários próximos da realidade para gerar novos insights e iterar a solução).
Existem diversas ferramentas e abordagens para trabalhar a inovação, mas o Design Thinking vem ganhando um grande destaque nas empresas, pois tem como principal proposta unir a criatividade ao lado analítico que profissionais de áreas de negócios possuem, gerando projetos e iniciativas alinhadas à solução de problemas complexos.
Essas soluções levam em consideração os seguintes critérios:
Desejáveis pelas pessoas;
Tecnicamente viáveis;
Rentáveis para o negócio.
Para concluir, vale reforçar que a inovação é gerada pelas pessoas, precisa de apoio da alta gestão, da criação de uma cultura para a inovação, e precisa de uma área que apoiará o desenvolvimento de competências como o próprio mindset da inovação, o uso de processos, abordagens e ferramentas adequadas para cada empresa.

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