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domingo, 4 de setembro de 2022

QUEM VALE MAIS O POVO OU O OVO?

Julio Marques Neto
Advogado

Claro que o povo vale mais. No entanto, o Brasil remoeu. Uma confusão de valores. Até a bela flor do Lácio está sendo deturpada, com a tal da linguagem neutra: meninos e meninas querem nos obrigar a dizer e escrever menines. Pior são os sanitários público, que querem comuns para mulheres e homens que se declararem transexuais. Um absurdo! Enquanto isso, a verdadeira Excelência, o povo, tem sido cerceado no seu direito constitucionala opinião. Há um hiato entre a vontade do povo e outro poder menor.


O Presidente, legítimo representante do povo, homem honrado, eleito com quase sessenta milhões de votos, tem tido dificuldades para governar. Pois, se diz sim, logo vem um cabeça de ovo e diz não; se diz não, ele, o ovo diz que sim; se calar acusa-o de omissão. Afinal, quem manda? Já houve ministro que falou que uma coisa é ser eleito, outra é tomar o poder. Já, deputados e senadores, que têm por obrigação tomar providências, com raras exceções, calam, por medo de ficar debaixo de vara. Preferem fica silentes, de mãos nos bolsos e de rabos dados. Sem voz e proibido de falar, o povo, ou melhor, os trouxas e as trouxas, têm que obedecer, senão será acusado de antidemocrático.

 

Para não dizer que nada funciona, temos o TSE. Esse sim, uma maravilha. Um exemplo de Instituição. Por isso, o sistema eleitoral é perfeito, apesar de já ter sido visitado por um hacker, durante meses e alguns arquivos tenham desaparecido. Coisa minúscula, sem importância. Ou povo bobo. Para evitar que algum eleitor, no dia das eleições, denuncie alguma falha na urna ou, não entregar o celular, esse eleitor poderá ser preso. Afinal, o sistema é perfeito.

 

Ora, o eleitor é o maior interessado na lisura do pleito e, na legislação penal, não existe a figura típica de denunciar e portar celular. Aliás, para evitar tais desconfianças seria melhor, que o eleitor falasse ao mesário em quem quer votar e ele votaria. Assim, tudo seria realmente perfeito.

 

Quanto à comemoração do bicentenário da Independência do Brasil, o dia Sete de Setembro, pelo jeito, não será possível reivindicar e talvez até sorrir e passar as mãos nos cabelos; afinal, nem todo mundo tem cabelos e isso poderá ser interpretado como afronta às instituições. Dessa maneira, só as respeitabilíssimas Forças Armadas poderão comemorar. Ora, os militares são o povo de farda. Duvido que apareça alguém com coragem de proibir.

 

Uma coisa é certa - o gigante acordou. Será que ele vai suportar ficar deitado

eternamente... Alisando o ovo?


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