Paraibanos: contribuição na formação do Polo Medica do Recife .

Médico e Diretor do Hospital
Albert Sabin - Recife (PE)

Quando André Vidal de Negreiros participou da insurreição pernambucana, já deu para sentir que os paraibanos estavam dispostos a participar dos ideais de liberdade e desenvolvimento de Pernambuco. Ariano Suassuna, Assis Chateaubriand, (Diários Associados), Celso Furtado (Fundador da Sudene), Augusto dos Anjos (um dos maiores poeta do país), João Câmara (pintor de renome internacional), isso sem falar nos juristas, comerciantes, bancários, engenheiros, empreendedores, administradores, educadores,  políticos, secretários de Estado, entre outros, que tanto contribuíram com a cultura e o progresso de Pernambuco.

O médico Waldemir Miranda, natural de Caiçara no Brejo Paraibano, foi um dos pioneiros na assistência à saúde no Recife. Fundou a Casa de Saúde São Marcos. Dr. Altino Ventura, natural de Souza, renomado oftalmologista, cuja Fundação leva seu nome, é um dos ícones da sua especialidade. Os médicos patoenses Hélio Lúcio e Arthur Tavares foram pioneiros no emergente bairro de Boa Viagem, criando a Clinica Boa Viagem. Ipojucan Escarião, juntamente com o seu sogro, foi pioneiro do Banco de Sangue Santa Maria. Os patoenses da família Fernandes Vieira - Sávio, Eustáquio, José Aécio, Antônio e demais familiares, iniciaram as atividades empresariais com a Clínica Santa Helena e, hoje, têm um dos mais conceituados complexos de assistência a saúde de Pernambuco e do Nordeste: Santa Joana e Memorial São José . A ultrassografia alcançou o desenvolvimento com a Clínica Agrimar Leite que tem como seus seguidores Giordano Leite e Salvan Meira, patoenses da gema.  O setor de imagem teve como precursores o sousense José Rocha e o campinense Antônio do Ó.

            Em 1974 o paradigma da assistência mudou com a fundação do Centro Hospitalar Albert Sabin, que tinha entre seus idealizadores os médicos Alberto Trigueiro, natural de Patos, Abrahão Chepark (natural de Campina Grande). O conceito de hotelaria e humanização foi uma das características do hospital que mudou radicalmente a qualidade dos serviços médicos na região. Foi modelo para o que atualmente denominamos Polo Medico do Recife. Gerações que hoje brilham na nossa comunidade nasceram na Maternidade do Albert Sabin. Neste ano estamos completando 39 anos de atividade.

O Centenário Hospital Português reconhecido complexo hospitalar, conta em seus quadros vários paraibanos, para citar, com o risco de omissão, entre outros, os Cartaxos da cidade de Souza.

Vale ressaltar que o Dr. Estácio Souto Maior, embora pernambucano, tinha raízes na Paraíba. Ele chegou a ser Ministro da Saúde. Seu irmão, Sigismundo viveu quase toda sua vida em Patos. Dr. Estácio, inclusive operou minha Tia Amélia de vesícula, em Patos. Ficou mais conhecido, nos tempos atuais, como o pai de Nelson Piquet (minha tia era amiga e comadre de D. Clotilde Piquet, a mãe do famoso piloto da Fórmula 1).

Tivemos a oportunidade de assumir a Presidência da Associação Brasileira dos Profissionais em Controle de Controle de Infecção  e Epidemiologia Hospitalar pesou a responsabilidade da missão, pois era o primeiro nordestino e de Patos, a assumir tal cargo. Hoje, temos um patoenses na Presidência da Agencia Nacional de Saúde (ANS), o Dr. André Longo Araújo, o que muito nos orgulha.

Por tantos serviços prestados, muitos paraibanos receberam a cidadania Recifense e Pernambucana, eu me incluo entre um dos laureados. Sou paraibano de coração e pernambucano por adoção.

Torcemos que outros conterrâneos venham contribuir com o engrandecimento desse tão importante segmento, o que vem sendo dificultado  pela não conclusão da ponte na divisa dos nossos estados (Goiana).

Ps.: em memória dos patoenses falecidos e do Dr. Paulo Gadelha, da cidade de Souza (amigo de Bié Cavalcanti).