Francisco Madia |
Muitas e muitas vezes no passado pessoas saíam pela vida na tentativa de, mediante troca de experiência, atenuar seus males, sofrimentos, doenças. E quase nunca encontravam com quem compartilhar. Essa possibilidade tornou-se possível e viável desde o advento da internet, e mais real e prática, ainda, de 2002, 2003 para cá, com o prevalecimento e crescimento das redes sociais.
Até aquele momento, e com o auxílio do Dr. GOOGLE, pessoas encontravam depoimentos e manifestações pontuais. De lá para cá encontram wikiportais especializados em determinados tipos de doenças, se cadastram, levam e compartilham sua experiência com milhares, dezenas de milhares de outras pessoas que também aportam suas experiências. E assim, e gradativamente, está nascendo a NOVA MEDICINA. Onde o paciente deixa de ser paciente – o que suportava aturava, padecia – e passa a dividir e até mesmo comandar o processo de busca de sua cura.
A primeira consequência desse NOVO PACIENTE da NOVA MEDICINA é a necessidade de uma NOVA ATITUDE e POSTURA por parte dos médicos. Caso contrário, seus consultórios, rapidamente se esvaziarão. Os NOVOS PACIENTES querem falar, perguntar, ser orientados, aconselhados, mas de forma objetiva e consistente, sem enrolação, e posturas arrogantes e impositivas. Querem, no mínimo, dividir o diagnóstico. Em outras palavras, querem atenuar e diminuir, compartilhando, a responsabilidade de seres humanos e mortais passíveis de erros, os médicos.
Numa espécie de “pacientes unidos têm maiores possibilidades de não serem vencidos” – pelas doenças, 27 mil membros compartilham suas experiências sobre 589 enfermidades, e a partir de 20,3 milhões de relatos no portal CURETOGETHER – www.curetogether.com -, reconhecido e premiado pela WIRED, NEW YORK TIMES, CLINICA MAYO, e muitas outras instituições. Em paralelo, cresce e prospera o movimento SAÚDE 2.0, assim explicado por Dave de Bronkart, líder da SPM – Sociedade de Medicina Participativa – “Acreditamos que o paciente deve deixar de ser mero passageiro e se tornar condutor responsável por sua saúde… não substituindo o médico, mas tornando-se seu parceiro”. Muitos poderão pensar que os médicos repudiam o movimento SAÚDE 2.0. E se surpreendem ao constatar que o movimento nasceu por uma iniciativa dos próprios médicos que decidiram se somar com pacientes – 50% a 50%.
Já o PATIENTS LIKE ME – www.patientslikeme.com proporciona que pessoas se encontrem com outras pessoas que não conhecem, mas que tem problemas de saúde comuns. São 104.679 pacientes do mundo inteiro, totalizando mais de 500 tipos diferentes de doenças, compartilhando em tempo real seus tratamentos, experiências, sucessos, fracassos, e muito mais.
Assim, e naturalmente, pelo sagrado movimento das pessoas em busca de uma solução para seus problemas de saúde, nasce a NOVA MEDICINA. Que também tem médicos, mas, com um outro tipo de atitude e comportamento; e que também tem pacientes, mais que convencidos que chegou a hora de dividir a responsabilidade pelas suas vidas com os médicos, e não mais esperar que os médicos sozinhos se responsabilizem pela cura, pela solução, pelo milagre.