Clássicas ou não, muitas salas de projeção cinematográfica continuam cerrando suas portas. Em tempos assim, motivados ainda pelas exigências de marcado, por mais bem estruturadas que sejam essas empresas, elas já não conseguem enfrentar as plataformas de streamings, como Netflix, Globoplay, HBO Max, Amazon, Disney, até a Paramount, entre outras. Influência também, é bom que se ressalte, de um período de restrições sociais provocado pela pandemia, desde 2019, que assolou os quatro cantos da terra.
Diante disso, de virtuais mudanças em tudo que nos diz respeito, não é fácil se estabelecer uma meta fixa, notadamente nas artes. Tudo parece existir en passant, simplesmente. Mais ainda, quando diz respeito à evolução de certas empresas, dentre elas a cinematográfica. Realidade essa que bem se deve reconhecer. E esse, se nos parece um fenômeno dos tempos atuais. Fato que se somaria aos interesses do próprio mercado de consumo humano, em querer agilidade na aquisição de produtos. Mais ainda, nas comunicações.
Recentemente, fomos informados que uma empresa exibidora de filmes nos Estados Unidos fechou suas portas. A importante rede Alamo Drafthouse Cinema, com quase 40 salas por todo o país, que tinha uma performance diferenciada no atendimento aos seus inúmeros habitués, entrou em falência. Aliás, aqui mesmo no Brasil as empresas exibidoras (em malls) já sentem o mesmo problema da falta de frequência de público. O que parece não ser uma situação muito séria na Europa, em especial com o chamado “cinema de rua”. Fato esse constatado pelo parceiro da Academia de Cinema, Carlos Trigueiro (Carlito), quando de sua recente passagem por Madrid, na Espanha.
Também nesta semana, surpreendeu-me a notícia veiculada pelo jornal A União de que, ao contrário de tudo que vem acontecendo com o empresarial cinematográfico, o amplo auditório do Centro de Convenções de João Pessoa “vai virar sala de cinema”. A iniciativa se dará numa grande parceria com as redes Centerplex e a Dolby, transformando o atual Teatro Pedra do Reino, a partir deste mês de julho, numa sala de exibição de filmes. Acredito que seja por temporada; não assiduamente. Paguemos, pois, pra ver no que vai dá…
Vendo essa coisa toda de uma maneira mais específica, diria até mesmo pessoal, tenho acompanhado a questão da falência de algumas salas, desde a chegada da televisão. No final de 1970, que ainda me lembro, um pioneiro exibidor paraibano, que foi o meu pai, teve que “cortar da própria carne” as soluções para continuar com suas duas salas de projeção cinematográfica, na cidade de Santa Rita e distritos – “São João” e “Cinerama”. Esforço estoico que apenas durou até o início do ano seguinte. Época em que o cine “Banguê” do Espaço Cultural José Lins do Rêgo estava sendo inaugurado, no final da gestão do governo de Tarcísio Burity.
Pois bem. Vieram os novos tempos, as tecnologias avançaram alterando os hábitos de consumo audiovisual da população. A rigor, não sabemos até quando a “arte do sonho e do entretenimento” existirá, nos mesmos moldes empresariais e de mercado; e aí, senhores, está o novo desafio…
Nenhum comentário:
Postar um comentário