Ei, você! Ei, colega, professor aposentado do ensino público superior federal! É com você mesmo que estou falando...
É com você que entrou para a docência superior quando apenas 1% da população brasileira alcançara tal nível de ensino. Você que sabia que não iria ficar rico, mas que tinha ideais de melhorar o nosso País com o seu trabalho, tendo, entretanto, uma vida digna. Você que viu ao longo de vários anos a sua remuneração perder valor sistematicamente.
Você que já não pode desfrutar daquele vinho maravilhoso que um dia tomou entre amigos. Cuja marca da deliciosa cerveja dos domingos foi substituída por outra mais em conta. Que viu os churrascos e comemorações ficarem raros. Que aumentou o consumo de frango com gosto de ração. Que agora sabe quanto custa uma bandeja de ovos. E que ajustou para menor a qualidade das suas refeições.
Que não sabe até quando conseguirá pagar o plano de saúde.
Você que empobreceu ao longo dos anos, enquanto viu crescer, vertiginosamente, o número de bilionários no Brasil.
Você que viu o preço dos remédios subir sempre mais que o seu salário.
Você que foi empurrado de um sistema previdenciário diferenciado para o malsinado Sistema Geral da Previdência Social sem que lhe tenham sequer perguntado o que achava.
Você está esperando o quê? Um milagre?
Seria muito bom que acontecesse. Mas nem a um direito já alcançado pela maioria nos é dado esperar. Os 28,86% de correção salarial já reconhecido e pago a mais da metade dos nossos companheiros, agora já não é mais direito daqueles que não o receberam. É justo? Vale a pena esperar sentado? Já lá vão cercae de 30 anos, vários colegas já partiram e a esperança cada vez menor.
O que fazer, então?
Os docentes em atividade me parecem distantes das suas corretas lutas por melhorias das condições de trabalho, incluindo aí as remunerações diretas e indiretas.
Ao se pensar dois tostões, porém, é fácil a identificação de uma série de prejuízos que são causados tanto aos aposentados quanto aos docentes em atividade.
É evidente, entretanto, que as condições de luta dos docentes em atividade e daqueles aposentados é diferente. Os primeiros têm o trabalho que realizam como moeda de troca. E os aposentados? O que têm para trocar?
Creio que alguns de nós pensam que não possuem nada para trocar. Este não é o meu ponto de vista.
Em primeiro lugar podemos alertar aos colegas em atividade que a idade não retrocede e nem para. Só avança. E que um dia estarão idosos, aposentados, COMO NÓS, e, ao olhar para a sua situação previdenciária atual SE VERÃO em pior situação que a nossa na atualidade. E, assim, chamá-los à luta.
Em segundo lugar temos a experiência, o saber como nos fazer ouvir socialmente. Basta querermos.
Em terceiro lugar temos tempo. Não teremos um tempo longo de vida pela frente, mas se olharmos o dia, cada dia de per si, notaremos que dispomos de muito tempo para fazermos muitas coisas, inclusive nos organizarmos e lutarmos por reconhecimento e por condições dignas de vida, a qual estamos perdendo.
Pois bem, se você não está satisfeito com as condições de vida que está levando, se acha justa a luta pela dignidade do docente aposentado, se acredita que a união faz a força e que juntos podemos alterar as vergonhosas situações a que estamos sendo submetidos, levante-se. Procure informações sobre as reuniões do Grupo de Aposentaods Pensionistas e Ativos da UFPB que se reune regularmente na sede da ADUF PB, às quartas-feiras pela manhã, exceto na próxima (dia 12 de julho), pois estaremos prestigiando o Seminário Brasil, Universidade e Movimento Docente, que acontecerá no mesmo dia, no Littoral Hotel e é promovido pela ADUF PB.
Prezados: peço-lhes desculpas por haver modificação na apresentação desta mensagem pois devido à falta de uso perdi a habilidade de me utilizar corretamente do computador.
Em João Pessoa, 07 dejulho de 2023,
Aloisio da Silva Lima.
Estou nesse grupo. Parabéns aos idealizadores. Um forte abraço. Vamos a luta pelos nossos direitos!
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