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sábado, 16 de dezembro de 2023

Um Matuto Caminhante: Capítulo 11 - Universidade Federal de Pernambuco (Versão Preliminar)

 CAPÍTULO 11

 

Campus da UFPE - Recife (PE)


UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO


Em 1968 prestei vestibular para os cursos de Engenharia Civil na Escola Politécnica de Pernambuco e Bacharelado em Estatística na Universidade Federal de Pernambuco. Fui aprovado no Curso de Estatística e fiquei na segunda opção da Politécnica. 

No início, papai não queria que eu fizesse o curso de Estatística. Insistia que eu realizasse mais uma vez o vestibular para Engenharia. Mas, com o tempo, ele aceitou a minha escolha e me deu total apoio. Acho que ele se lembrou quando era o responsável pela coleta dos índices pluviométricos do IBGE em Patos. A sua reação adversa ao curso, era normal, pois só depois do advento da SUDENE, tendo como superintendente o Dr. Celso Furtado ficou evidenciado a necessidade de mão de obra cientifica e técnica, especializada nas mais diversas áreas do conhecimento humano.

Toda e qualquer tomada de decisão na vida não é fácil. Sempre há o risco de dar errado! Pois bem, um dos fatores que pesou muito na opção pelo curso de Estatística, foi o seu conteúdo programático, bem como, o vasto campo de aplicação no mundo moderno da competição.

“A Estatística é a área do conhecimento onde se estudam métodos apropriados para obtenção, representação e análise de dados. Esta ciência, através de análise, transcende o aspecto meramente descritivo, pois sua característica marcante é a capacidade de inferir para o geral a partir dos resultados obtidos no exame de uma das partes. Na prática, isso se traduz em economia de tempo e recursos materiais, com reflexos altamente positivos na solução dos complexos problemas atuais.

O estatístico fornece mecanismos para diagnosticar e aperfeiçoar a gestão e operação de vários sistemas complexos permitindo ainda estimar, através de técnicas sofisticadas, a variabilidade de diversas grandezas e seus possíveis relacionamentos”.

Trabalhei como Estatístico nos cinco primeiros anos de formado. Inicialmente, como assessor técnico da Secretaria de Educação e Cultura do Estado da Paraíba e da COPLAN – Coordenadoria de Planejamento da UFPB. Depois dessas experiências acumuladas, resolvi dedicar-me a área de Gestão de Negócios, mas especificamente em Marketing, Pesquisas de Marketing. Essa decisão foi uma recomendação do ex-Vice-Reitor da Universidade de Michigan (aposentado), Professor Dole Anderson, que passou dois anos na UFPB, como professor convidado da Universidade Federal da Paraíba e, foi meu tutor no Centro de Ciências Sociais Aplicadas – Departamento de Administração (CCSA/DA), onde nós erámos lotados. Dizia o professor Dole: “com o seu embasamento teórico e prático em Matemática e Estatística, você poderá em breve tempo se destacar também nas áreas de Marketing e Pesquisa de Marketing”. A partir dessa orientação comecei a estudar e fazer cursos de especialização nessas áreas. O Professor Dole me dava capítulos de livros, paper e cases de Marketing para estudar e realizava um seminário por semana.

Nossa turma foi a primeira a se formar no Instituto de Matemática e Estatística na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Recebemos o diploma em dezembro de 1971. Foram aprovados e matriculados no Curso de Estatística quarenta e seis colegas, mas apenas treze colaram grau. O curso teve a duração de quatro anos, e era muito “puxado”. O objetivo da UFPE era transformar o Instituto de Matemática e Estatística, em centro de excelência no Nordeste. Hoje, uma realidade!

O corpo docente formado na sua maioria por estrangeiros, todos titulares, com doutorado ou PhD em Matemática e Estatística. Dentre eles se destacavam: professor José Cardoso Morgado Junior; Rui Luiz Gomes e Maria Helena Novaes portugueses; professor Rafael Moscoso espanhol; professora Glória Abage; José Natal Figueiroa; Ketheleen Vasconcelos; David Goldstein Costa; pernambucanos e ex-alunos das melhores universidades dos Estados Unidos; professor José Jorge Vasconcelos e o professor Theóphilo Benedicto de Vasconcelos o de, o terrível “Bola Preta”, pernambucano, professor das UFPE e da Escola Politécnica de Pernambuco, entre outros.

Cheguei a ser monitor da disciplina, Teoria das Filas, cujo titular era o professor José Jorge Vasconcelos, que posteriormente foi Deputado Estadual, Federal e Senador da República, vindo aposentar-se como Ministro do Tribunal de Contas da União.

Também trabalhei com ele, como estagiário, quando ele fora Secretário de Finanças do Estado de Pernambuco. Ele gostava da minha postura como aluno. Um amigo. Quando terminei o curso de graduação o professor José Jorge me convidou para fazer parte da sua equipe. No entanto, preferi voltar para João Pessoa. 

É oportuno dizer que a disciplina Teoria das Filas é uma parte da Estatística que envolve estudos específicos da matemática, com a teoria da probabilidade, para desenvolver modelos que atendam racionalmente o fluxo de pessoas em determinado espaço físico, evitando, assim, desperdícios de tempo e conflitos entre as partes: o público e o prestador de serviço.

Nos países de 1° mundo, ela faz parte do dia a dia das pessoas. É impressionante participar de uma fila, de 5.000 passageiros, sem balburdia, sem atropelos. Tive a oportunidade de experenciar, na prática, essa teoria, quando da estada no Alaska.

Meus colegas de turma foram: Manoel – o Português; Jorge Forte Gonçalves, meu melhor amigo de turma; Júlio – o Chico Buarque; Normando; Paulo e Thiago de Olinda; Cacilda Vasconcelos; Luciano de Alagoas; Tereza Montenegro; Jeová – sargento do Exército; João de Deus, e Edmundo.



Diploma de Bacharel em Estatística pela UFPE


O curso funcionava na Cidade Universitária e pertencia ao Centro de Ciências Exatas e da Natureza, ocupando os 14o e 15o. andares do mais alto edifício do campus.

Ao concluir o curso fui escolhido, pelos colegas, para ser o orador da turma. O Diretor do Instituto e depois Reitor da Universidade Federal de Pernambuco, na época, era o Professor Jônio de Lemos.




Discursando como orador da 1a. Turma do Curso de Estatística da UFPE


Ato solene dos Termos Oficiais de Graduação



20 comentários:

  1. Olá Carlos ! Quero ver seu livro impresso.
    Wilberto Trigueiro.

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  2. Bom dia dr Carlos. Tenho lhe acompanhado, lendo o “matuto caminhante”, excelente!
    Paulo Santos Coelho.

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  3. Bom dia .Está ótimo o seu livro.Você tem uma memória excelente.👏👏👏

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  4. Início da vida profissional.
    Início da vida profissional.
    José Francisco Nóbrega.

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    1. Verdade. A partir daí são outras histórias.

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  5. Muito bom !🤩
    Eneide Rejane Mello

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  6. Muito bom ler os capítulos do livro👏👏👏👏
    Giovanna Trigueiro

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  7. Mas veja só, ocupamos os bancos da UFPE no mesmo período. Minha graduação em Medicina foi feita de 68 a 73.
    Valdir Pessoa

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  8. Parabéns sucesso sempre.
    Ilson Nobrega

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