É interessante o entra e sai de ministros do turismo no Brasil. Toda vez que um toma posse vem com um discurso, que já se tornou um roteiro ou cartilha para expressar que o turismo é prioridade de governo.
Acabo de ler uma entrevista do novo Ministro do Turismo, Sr. Gastão Vieira, onde diz, como já afirmaram seus antecessores que “a meta do Ministro é investir na qualificação profissional para transformar o turismo num vetor de desenvolvimento econômico e social”.
Para ilustrar como está a qualidade do atendimento ao turismo, vou relatar um depoimento de um amigo residente em São Paulo e que veio passar 15 dias visitando João Pessoa:
“O meu amigo depois de horas no aeroporto de Guarulhos consegue embarcar para João Pessoa, com conexões em Salvador e Recife. A duração da viagem foi de aproximadamente oito horas até o destino final (João Pessoa). Por azar ou irresponsabilidade da companhia aérea a bagagem foi extraviada. Só recebendo no outro dia. Ainda bem! Como ocorreu o atraso do voo, ele para não perder a reserva do hotel, então, ele liga para o hotel. Sua ligação é completada e do outro lado uma voz diz: Não desligue. Sua ligação é muito importante para nós. A seguir, entra uma interminável propaganda dos serviços do hotel, inclusive uma mensagem dizendo que ele, o turista, é a pessoa mais importante do hotel...
O meu amigo apanha um taxi no aeroporto e solicita ao motorista (bastante conversador) que o leve ao hotel. O taxista resolve sem consultá-lo fazer um tour pela cidade. O que o visitante queria, na verdade, era chegar logo ao hotel para descansar da longa viagem de avião.
Exausto, preenche a ficha de identificação e se dirige ao apartamento. Ao entrar, verifica que o mesmo ainda não está pronto, ou seja, continua desarrumado, e presencia a chefe de quarto dando as maiores broncas nos funcionários. Claro que ela pede desculpas com aquele sorriso amarelo.
Como eu fique de encontrá-lo no dia seguinte da sua chegada, o meu amigo visitante resolve comprar um “pacote” turístico para conhecer os principais pontos e/ou atrações da cidade. Na compra do “pacote” o receptivo comunica que o apanha às oito horas para o início do city tour. Por volta das oito e quarenta é que chega o ônibus para apanhá-lo. O guia pede desculpas pelo atraso, pois ocorreu um problema na distribuição dos itinerários de hotéis por parte da empresa.
Acabado city tour o turista resolve dar um voltinha na calçada da praia. Sai contemplando o mar e os coqueiros na maior desconcentração vendo pessoas bonitas caminhando e passeando de bicicletas na orla. Quando menos espera, é assaltado por dois “pivetes” (claro de menores) que levam seu relógio e celular. Fica desesperado e procura a Delegacia do Turista. Para a sua surpresa não havia ninguém para atendê-lo naquele momento, nem viaturas para uma possível busca dos “pivetes”. Então...
Moral da história: O que o turista leva de uma localidade são “lembranças e saudades”. Discurso para ele não vale nada. Ação sim.
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