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sábado, 9 de julho de 2011

Matajura – uma pequena história japonesa

Matajura queria tornar-se um grande espadachim, mas seu pai disse que ele não era rápido o bastante e, portanto, nunca aprenderia. Matajura, então, foi visitar o famoso duelador Bonzo e pediu para ser seu discípulo.
Matajura: “Quanto tempo é necessário para que eu me torne um mestre? Suponha que eu me torne seu empregado para estar com você cada minuto: quanto tempo levará?”
Bonzo: “Dez anos”.
Matajura: “Meu pai está ficando velho e eu terei de voltar para casa e cuidar dele. Imagine que eu trabalhe duas vezes mais: quanto tempo levará?”
Bonzo: “Trinta anos”.
Matajura: “Como é possível? Primeiro você disse dez anos;depois, quando me ofereci para trabalhar duas vezes mais, você disse que levaria três vezes mais. Deixe-me clarear: eu trabalharei ainda mais, nenhum esforço será demasiado para mim.Quanto tempo levará?”
Bonzo: “Setenta anos. Um discípulo com tanta pressa aprende devagar”.
Matajura compreendeu. Sem solicitar nenhuma promessa a mais em termos de tempo, tornou-se empregado de Bonzo. Limpava, cozinhava, lavava, cuidada do jardim. Foi instruído para não falar em esgrima nem tocar numa espada. Ele ficou muito triste com isso, mas havia feito uma promessa ao mestre e resolveu manter sua palavra.
Três anos se passaram para Matajura como empregado. Um dia, enquanto ele cuidava do jardim, Bonzo veio silenciosamente por trás dele e deu-lhe um terrível golpe com uma espada de madeira. No dia seguinte, na cozinha, o mesmo golpe se fez sentir novamente. Daí por diante, dia sim, dia não, de qualquer canto e a qualquer momento, ele era atacado pela espada de madeira de Bonzo.
Matajura aprendeu a viver na ponta dos pés, pronto para reagir ao menor movimento. Tornou-se um corpo sem desejos, sem pensamentos – apenas a eterna prontidão e a rapidez. Bonzo sorriu e começou as lições. Logo Matajura era o maior espadachim no Japão.
Moral da história: Persiga sempre o seu objetivo com determinação e entusiasmo. 

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