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domingo, 30 de dezembro de 2012

Orla paraibana tem cantos para agitar ou descansar


Com cerca de 130 quilômetros de extensão, o litoral paraibano se divide basicamente em três partes: a porção ao norte de João Pessoa, nos municípios de Cabedelo, Lucena, Baía da Traição e Mataraca, o litoral sul, nos municípios de Conde e Pitimbu, e as praias da capital do Estado.

Mais urbana, a orla de João Pessoa tem boa estrutura turística, quiosques, restaurantes, hotéis e lojas.
Em Tambaú, barcos de pesca estão sempre flutuando no mar de águas claras, descarregando peixes no mercado que funciona à beira-mar.

Depois da praia de Bessa, a última de João Pessoa, fica Cabedelo, cidade que marca o início do litoral norte.

Ali, as embarcações deixam o mar e navegam pelo rio Paraíba, ao longo da praia fluvial de Jacaré. O local é famoso pelo seu pôr do sol, hora do dia em que o saxofonista Jurandy do Sax se apresenta em um barco tocando o "Bolero" de Ravel, programa que já virou tradição.

A parte norte é formada ainda por praias como Intermares, cujas ondas costumam atrair surfistas, e Barra de Mamanguape, que possui uma base de proteção do peixe-boi marinho.

Mais explorado pelo turismo, o litoral sul conta com uma infraestrutura mais desenvolvida, com resorts,, pousada e restaurante.

Um passeio pela região pode começar ainda em João Pessoa, com uma visita ao farol do Cabo Branco, de onde se avista a Ponta do Seixas, porção mais oriental do país. É ali, na pequena faixa de areia pontilhada de coqueiros, que a cada manhã chegam os primeiros raios de sol em território brasileiro.
Quem está à procura de tranquilidade pode seguir para a Barra de Gramame, praia quase deserta que fica no município de Conde.

Perto dali, a praia do Amor é conhecida por abrigar a pedra Furada. De acordo com uma lenda local, aqueles que passam por baixo da pedra fortalecem seu casamento ou namoro, por isso é comum avistar casais posando para fotos na cavidade da rocha.
Siga para a praia de Tabatinga, que abriga boa parte das pousadas da região, e, quando a fome bater, tome o caminho para a praia de Coqueirinho, onde há 12 anos funciona o restaurante Canyon de Coqueirinho,  especializado em frutos do mar.

Depois de algumas caipirinhas de cajá, os mais desinibidos podem arriscar um mergulho em Tambaba, uma das principais praias de naturismo do Brasil.

O lugar possui um trecho para banhistas que não querem tirar a roupa, e a área dedicada ao naturismo fica isolada por uma escada de madeira. A partir daquele ponto, sungas e biquínis são deixados de lado, e fotos só podem ser feitas com a autorização dos frequentadores.

Encerre o passeio com um mergulho na praia Bela, onde o encontro das águas do rio Mucatu com o mar proporciona uma das paisagens mais bonitas dessa parte do litoral paraibano.

Vanessa Correa da Silva/Folhapress

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Neide Trigueiro Caroca

Neide Trigueiro Caroca
Vovó Neide, a mulher mais forte que conheci! Amava a vida, amava viver...nunca se entregou. Sempre rodeada de filhos, netos e bisnetos, amava a todos, adorava saber e participar da vida de todos. Deixará muita saudade vovó...saudades de suas comidinhas gostosas, de suas ligações nos aniversários de todos da família (sem esquecer de nenhum nunca),de sua forca e coragem. Estamos tristes hoje. A senhora partiu hoje. (Mariana Caroca Siqueira - Neta).

‎"O QUE DEUS UNIU O HOMEM JAMAIS SEPARA." VOCÊS AGORA SE REENCONTRAM E NA VIDA ETERNA CONTINUAM TOMANDO CONTA D E TODOS NÓS... A UNIÃO DE NOSSA FAMÍLIA É TUDO QUE ELES SEMPRE PRESERVARAM, NÃO PODEMOS ESQUECER ISTO... (Juliana Queiroga - Neta)

As minhas lembranças mais fortes eram quando passavam, meus irmãos e filhos e filhas de Neide, as férias de julho na Fazenda Bonita dela e de seu marido Roldão. Eram dias agradáveis, felizes e de muitas brincadeiras. Mas, a ordem era mantida, pois Neide sempre foi forte e, ao mesmo tempo, solidária. Saudades!!! Há cerca de 30 dias, no nascimento de mais um bisneto, mandou-me chamar pois queria falar comigo. Na oportunidade tirei esta fotografia.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Nova York em 10 passeios


1.    Estátua da liberdade – O cartão-postal número um da cidade é alcançado pelas balsas que partem de Battery Park, na ponta sul de Manhattan.

2.    Empire State Building – A 443 metros do solo e com 102 andares, o mirante do edifício descortina uma vista imbatível da cidade.

3.    Times Square – O iluminadíssimo cruzamento onde ficam a Nasdaq (Bolsa de Valores de Nova York), os estúdios da emissora ABC e uma série de lojas é um must entre os turistas.

4.    Central Park – O retângulo verde no meio do mapa da cidade rende ótimos passeios a pé e de bicicleta.

5.    Ponte de Brooklyn – De bicicleta ou a pé, atravesse a ponte centenária que liga Manhattan ao Brooklyn.

6.    Museu de Arte Moderna (MoMa) – O acervo de obras impressionistas por si só compensa a visita ao complexo.

7.    High Line ParkO parque levantado sobre o esqueleto de uma linha férrea, em Meatpacking Distritc, oferece vista panorâmica do Rio Hudson.

8.    Grand Central Terminal – A maior estação de trem do mundo em número de plataformas é uma construção suntuosa e dona de um excelente bar de ostras.

9.    Memorial do 11 de Setembro As vítimas do ataque terrorista são lembradas num ambiente sereno, formado por dois espelhos-d ’água e cascatas, construídos no lugar da torres.

10.  Eataly O templo da gastronomia italiana vende deliciosos pratos e produtos à moda da mamma.

Fonte: Viaje Mais. Novembro 2012

sábado, 22 de dezembro de 2012

Jeca Tatuzinho XVIII

XVIII

Meminos: nunca se esqueçam desta história; e, quando crescerem, tratem de imitar o Jeca. Se forem fazendeiros, procurem curar os camaradas. além de ser para eles um grande benefício, será para vocês um alto negócio. Vocês verão o trabalho dessa gente produzir três vezes mais.

Um país não vale pelo tamanho, nem pela quantidade de habitantes. Vale pelo trabalho que realiza e pela qualidade da sua gente.

Ora, ter saúde é a grande qualidade de um povo. Tudo o mais vem daí. E o grande remédio que combate o amarelão, esse mal terrível que tantos braços preciosos rouba ao trabalho, é a ANKILOSTOMINA. Assim como o grande conservador da saúde, que produz energia e vigor, chama-se BIOTÔNICO FONTOURA.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Jeca Tatuzinho XVI e XVII

XVI

A "Fazenda Biotônico" tornou-se famosa no País inteiro. Tudo ali era por meio do rádio e da eletricidade. Jeca, de dentro do seu escritório, tocava num botão, e o cocho do chiqueiro se enchia automaticamente de rações muito bem dosadas. Tocava noutro botão, e um repuxo de milho atraía todo o galinhame! ...

Suas roças eram ligadas por telefones. Da cadeira de balanço, na varanda, ele dava ordens aos feitores, lá longe.

Chegou a mandar buscar nos Estados unidos um aparelho de televisão.

- Quero aqui desta varanda, ver tudo que se passa em minha fazenda.

E tanto fez que viu. Jeca instalou os aparelhos e assim pôde, da sua varanda, com o charutão na boca, não só falar por meio do rádio para qualquer ponto da fazenda, como ainda ver, por meio da televisão, o que os camaradas estavam fazendo.

XVII

Ficou rico e estimado, como era natural; mas não parou aí. Resolveu ensinar o caminho da saúde aos caipiras das redondezas. Para isso montou na fazenda e vilas próximas vários POSTOS DE ANKILOSTOMINA, onde curava os doentes de amarelão e outras verminoses.

E quando algum empregado estava resfriado ou gripado, Jeca arrumava-lhe alguns comprimidos de Gripargil; se sentia dor de cabeça, alguns comprimidos de Fontol, e imediatamente o homem estava bom e pronto para todo serviço.

O seu entusiasmo era enorme. "Hei de empregar toda a minha fortuna nesta obra de saúde geral, dizia. O meu patriotismo é este. Minha divisa: Curar gente. Abaixo a bicharia! Viva o Biotônico! Viva a Ankilostomina! Viva o gripargil! Viva o Fontol!

A estes vivas o Coronel Jeca aumentou mais uma. Foi quando apareceu o grande "liquida-insetos" chamado DETEFON e ele o experimentou na miuçalha da fazenda: pulgas, percevejos, piolhos, baratas, pernilongos e moscas. deixou aquilo lá sem um só bichinho para remédio.

Não contente com isso, Jeca tomou o hábito de nunca sair a cavalo ou de automóvel sem levar a tiracolo a bomba de pulverizar o DETEFON. Entrava nos casebres de beira de caminho e antes do bom-dia punha-se a pulverizar tudo, coisas e gentes. Quando acabava dizia:

- Ninguém faz a conta dos males que estes bichinhos causam à humanidade como transmissores de moléstias ... e dava mais umas bombadas de lambujem ...

E a curar gente da roça passou Jeca toda a sua vida. Quando morreu, aos 89 anos, não teve estátua, nem grandes elogios nos jornais. Mas ninguém ainda morreu de consciência mais tranquila. Havia cumprido o seu dever até o fim.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Jeca Tatuzinho XIII e XIV

XIII

Por esse tempo o doutor passou por lá e ficou admiradíssimo com a transformação do seu doente.

Esperava que ele sarasse, mas não contara com tal mudança.

Jeca o recebeu de braços abertos e apresentou-o à mulher e aos filhos.

Os meninos cresciam viçosos e viviam brincando, contentes como passarinhos.

E toda gente ali andava calçado. O caboclo ficara com tanta fé no calçado, que metera botina até nos pés dos animais caseiros!

Galinhas, patos, porcos, tudo de sapatinho nos pés! O galo, esse andava de bota e espora!

- Isso também é demais, "seu" Jeca, disse o doutor. Isso é contra a natureza!

- Bem sei. Mas quero dar um exemplo a essa caipirada bronca. Eles vêm aqui, vêem isso e não se esquecem mais da história.

XIV

Em pouco tempo os resultados foram maravilhosos. A porcada aumentou de tal modo que vinha gente de longe admirar aquilo. Jeca adquiriu um caminhão, e em vez de conduzir os porcos ao mercado pelo sistema antigo, levava-os de auto num instantinho  buzinando pela estrada a fora, fon-fon! fon-fon! ...

As estradas eram péssimas; mas ele consertou-as à sua custa. Jeca parecia um doido. Só pensava em melhoramentos, progressos, coisas americanas. Aprendeu logo a ler, encheu a casa de livros e por fim tomou um professor de inglês.

- Quero falar a língua dos bifes para ir aos Estados Unidos ver como é lá a coisa.

O seu professor dizia:

- O Jeca só fala inglês agora.

Não diz porco: é pig. Não diz galinha: é hen ... Mas de álcool, nada. Antes quer ver o demônio do que um copinho da "branca" ...

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Jeca Tatuzinho XI e XII

XI

Ele, que, antigamente, quando lenhava, só trazia três pauzinhos, carregava agora cada feixe que metia medo. E carregava-os sorrindo, como se o enorme peso não passasse de brincadeira.

- Amigo Jeca, você arrebenta! diziam-lhe. Onde se viu carregar tanto pau de uma vez?

- Já não sou aquele de dantes! Isto para mim agora é canja ... respondia o caboclo, sorrindo.

Quando teve de aumentar a casa, foi a mesma coisa. Derrubou no mato grossas perobas, atorou-as, lavrou-as e trouxe no muque para o terreiro as toras todas. Sozinho!

- Quero mostrar a esta paulama quanto vale um homem que tomou ANKILOSTOMINA e BIOTÔNICO, que usa bonita cantadeira e que não bebe nem um só martelinho de cachaça!

O italiano via aquilo e coçava a cabeça.

- Se eu não tropicar direito, este diabo me passa na frente. Per Bacco!


XII

Dava gosto ver suas roças. Comprou arados e bois, e não plantava nada sem primeiro afofar a terra. O resultado foi que os milhos vinham lindos e o feijão era uma beleza.

O italiano abria a boca, admirado, e confessava nunca ter visto roças assim.

E Jeca já não plantava rocinhas, como antigamente. Só queria saber de roças grandes, cada vez maiores, que fizessem inveja no bairro.

E se alguém lhe perguntava:

- Mas para que tanta roça, homem? - ele respondia:

- É que agora quero ficar rico. Não me contento em trabalhar para viver. Quero cultivar todas as minhas terras, e depois formar aqui duas enormes fazendas - a Fazenda Ankiilostomina e a Fazenda Biotônico. E hei de ser até coronel!.

E nínguém duvidava mais. O italiano dizia:

- E forma mesmo! E vira mesmo coronel! Per la Madonna! ...

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Jeca Tatuzinho VII e VIII

VII

Quando o doutor voltou, Jeca estava bem melhor, graças à ANKILOSTOMINA e ao BIOTÔNICO. O doutor mostrou-lhe com uma lente o que tinha saído das suas tripas: 

- Veja, seu Jeca, que bicharia tremenda estava você a criar na barriga! São os ancilóstomos, uns bichinhos dos lugares úmidos, que entram pelos pés, vão varando pela carne adentro até alcançarem os intestinos. Chegaram lá, grudam-se nas tripas e escangalham com o freguês.

Tomando a ANKILOSTOMINA, você bota fora todos os ancilóstomos que tem no corpo. E andando sempre calçado, não deixa que entrem os que estão na terra. Fazendo isso e fortalecendo-se com alguns vidros de BIOTÔNICO, ovos e leite, você fica livre de doenças, para sempre.

Jeca abriu a boca, maravilhado.

- Os anjos digam amém, seu doutor!


VIII

Mas Jeca não podia acreditar numa coisa: que os bichinhos entrassem pelo pé. Ele era "positivo" e dos tais que só "vendo". O doutor resolveu abrir-lhe os olhos. Levou-o a um lugar úmido, atrás da casa, e disse:

- Tire a botina e ande um pouco por aí.

Jeca obedeceu.

- Agora venha cá. Sente-se. Bote o pé em cima do joelho. Assim. Agora examine a pele com esta lente.

Jeca tomou a lente, olhou e percebeu vários vermes pequeninos que já estavam penetrando na sua pele, através dos poros. O pobre homem arregalou os olhos, assombrado.

- E não é que é mesmo? Quem "haverá" de dizer! ...

- Pois é isso, seu Jeca, e daqui por diante não duvide mais do que disser a Ciência.

- Nunca mais! Daqui por diante dona Ciência está dizendo, Jeca está jurando em cima! Tesconjuro! E pinga, então, nem pra remédio! ...

domingo, 16 de dezembro de 2012

Jeca Tatuzinho IX e X

IX

Tudo o que o doutor disse aconteceu direitinho! Três meses depois ninguém mais conhecia o Jeca. A ANKILOSTOMINA curou-o do amarelão. O BIOTÔNICO deixou-o bonito, corado, forte como um touro.

A preguiça desapareceu. Quando ele agarrava no machado, as árvores tremiam de pavor.

Era, pã, pã, pã ... horas seguidas, e os maiores paus não tinham remédio senão cair.

E Jeca, cheio de coragem, botou abaixo um capoeirão, para fazer uma roça de três alqueires. E plantou eucaliptos nas terras que não se prestavam para cultura. E consertou todos os buracos da casa. E fez um galinheiro para as aves. O homem não parava, vivia a trabalhar com fúria que espantou até o seu vizinho italiano.

- Descanse um pouco, homem! Assim você arrebenta ... diziam os passantes.

- Quero ganhar o tempo perdido, respondia ele sem largar do machado. Quero tirar a prosa do "italiano".


X

Jeca, que era um medroso, virou valente. Não tinha mais medo de nada, nem de onça! Uma vez, ao entrar no mato, ouviu um miado estranho.

- Onça! - exclamou ele. - É onça e eu aqui sem nem uma faca ...

Mas não perdeu a coragem. Esperou a onça, de pé firme. Quando a fera o atacou, ele ferrou-lhe tamanho murro na cara que a bicha rolou no chão, tonta. Jeca avançou de novo, agarrou-o pelo pescoço e estrangulou-a.

- Conheceu, papuda? Você pensa então que está lidando com algum pinguço opilado? Fique sabendo do tomei ANKILOSTOMINA e BIOTÔNICO e uso botina ringideira! ...

A companheira da onça, ao ouvir essas palavras, não quis saber de histórias - azulou! Dizem que até hoje está correndo ...

Jeca Tatuzinho V e VI

V

Um dia um doutor portou lá por causa da chuva e espantou-se de tanta miséria. Vendo o caboclo tão amarelo e magro, resolveu examiná-lo.

- Amigo Jeca, o que você tem é doença.

- Pode ser. Sinto uma canseira sem fim, e dor de cabeça, e uma pontada aqui no peito, que responde na cacunda.

- Isso mesmo. Você sofre de ancilostomíase.

- Anci... o quê?

- Sofre de amarelão, entendeu? Uma doença que muitos confundem com a maleita.

- Essa tal maleita não é sezão?

- Isso mesmo. Maleita, sezão, febre palustre ou febre intermitente: tudo a mesma coisa.

A sezão produz, anemia, moleza e esse desânimo do amarelão; mas é diferente. Conhece-se a maleita pelo arrepio ou calafrio que dá, pois é uma febre que vem sempre em horas certas e com muito suor. Quem sofre de sezão sara com a ANKILOSTOMINA FONTOURA. Eu vou curar você.

VI

O doutor receitou-lhe um vidro de ANKILOSTOMINA FONTOURA, para tomar assim: seis comprimidos hoje pela manhã e outros seis amanhã de manhã. 

- Faça isso duas vezes, com espaço de uma semana. E de cada vez tome também um purgante de sal amargo, se duas horas depois de ter ingerido a ANKILOSTOMINA não tiver evacuado. E trate de comprar um par de botinas e alguns vidros de BIOTÔNICO e nunca mais me ande descaço, nem beba pinga, ouviu?

- Ouvi sim, senhor!

- Por é isso, rematou o doutor, tomando o chapéu. A chuva já passou e vou-me embora. Faça o que mandei, que ficará forte, rijo e rico como o italiano. Na semana que vem estarei aqui de volta.

- Até por lá, seu doutor!

Jeca ficou cismando. Não acreditava muito nas palavras da Ciência, mas por fim resolveu comprar os remédios, e também um par de botinas ringideiras.

Nos primeiros dias doi um horror. Ele andava pisando em ovos. Mas acostumou-se, afinal.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Jeca Tatuzinho III e IV

III

Jeca possui muitos alqueires de terra, mas não sabia aproveitá-la. Plantava todos os anos uma rocinha de milho, outra de feijão, uns pés de abóbora e mais nada. Criava em redor da casa um ou outro porquinho e meia dúzia de galinhas. Mas o porco e as aves que cavassem a vida, porque Jeca não lhes dava o que comer. Por esse motivo o porquinho nunca engordava, e as galinhas punham poucos ovos.

Jeca possuía ainda um cachorro, o Brinquinho, magro e sarmento, mas bom companheiro e leal amigo. Brinquinho vivia cheio de bernes no lombo e muito sofria com isso. Pois, apesar dos ganidos do cachorro, Jeca não se lembrava de lhe tirar os bernes. Por quê? Desânimo, preguiça ...

As pessoas que viam aquilo, franziam o nariz.

- Que criatura imprestável! Não serve nem para tirar berne de cachorro ...


IV

Jeca só queria beber pinga e espichar-se ao sol no terreiro. Ali ficava horas, com o cachorrinho rente, cochilando. A vida que rodasse, o mato que crescesse na roça, a casa que caísse. Jeca não queria saber de nada. Trabalhar não era com ele.

Perto, morava um italiano já bastante arranjado, mas que, ainda assim, trabalhava o dia inteiro. Por que Jeca não fazia o mesmo?

Quando lhe perguntavam isso, ele dizia:

- Não paga a pena plantar. A formiga come tudo.

- Mas como é que seu vizinho italiano não tem formiga no sítio?

- É que ele mata.

- E por que você não faz o mesmo?

Jeca coçava a cabeça, cuspia por entre os dentes, e vinha sempre com a mesma história:

- Quá! Não paga a pena ...
 - Além de preguiçoso, bêbado; e além de bêbado, idiota, era o que todos diziam.

Continua na próxima postagem. Aguardem!

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Jeca Tatutinzo I e II

I
Jeca Tatu era um pobre caboclo que morava no mato, numa casinha de sapé. Vivia na maior pobreza, em companhia da mulher, muito magra e feia, e de vários filhinhos pálidos e tristes.

Jeca Tatu passava os dias de cócoras, pitando enormes cigarros de palha, sem ânimo de fazer coisa nenhuma. Ia ao mato caçar, tirar palmitos, cortar cachos de brejaúva, mas não tinha ideia de plantar um pé de couve atrás da casa. Perto, corria um ribeirão, onde ele pescava de quando em quando uns lambaris e um outro bagre. E, assim, ia vivendo.

Dava pena ver a miséria do casebre. Nem móveis, nem roupas, nem nada que significasse comodidade. Um banquinho de três pernas, umas peneiras furadas, a espingardinha de carregar pela boca, muito ordinária, e só.

Todos, que passavam por ali, murmuravam: 
- Que grandessíssimo preguiçoso!

II
Jeca Tatu era tão fraco que, quando ia lenhar, vinha com um feixinho que parecia brincadeira. E vinha arcado, como se estivesse carregando um enorme peso.

- Por que não traz de uma vez um feixe grande? - perguntaram-lhe um dia.

Jeca Tatu coçou a barbicha rala e respondeu:
- Não paga a pena.

Tudo para ele não pagava a pena. Não pagava consertar a casa, nem fazer uma horta, nem plantar árvores de frutas, nem remendar a roupa.

Só pagava a pena beber pinga.

- Por que você bebe, Jeca? diziam-lhe.
- Bebo para esquecer.
- Esquecer o quê?
- Esquecer as desgraças da vida.

E os passantes murmuravam: - Além de vadio, bêbado ...

(Continua na próxima postagem). Aguardem!


terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Jeca Tatu: O Livro

Obra do imortal Monteiro Lobato.
35ª Edição - 1973
A obra de maior divulgação em todo o Brasil
(FONTOURA)

(Aguardem a próxima postagem)

sábado, 8 de dezembro de 2012

Jeca Tatu e a propaganda brasileira


Recebi há duas décadas um presente que guardo com muito carinho. Foi livro da CBBA – Castelo Branco e Associados Propaganda S.A, edição especial e fora do comércio.

A partir de agora iremos reproduzir através de várias postagens este livro relíquia da propaganda e do marketing brasileiro.

“Existe um estilo brasileiro de propaganda? Eis uma tese que tem despertado o interesse de muitos de nossos melhores profissionais. Rodolfo Lima Martensen, Orígenes Lessa, Sangirardi Jr., Caio Domingues, Hiram Castello Branco, Ricardo Ramos, entre outros, têm voltado sua atenção para essa tese fascinante. Diante da pergunta, Ricardo Ramos respondeu categoricamente sim. E define esse modelo brasileiro de propaganda como sendo ‘o irreverente e o ingênuo, a sátira e a rima, o humor mestiço e o nacionalismo verde-amarelo’. ‘Há um forte impulso nas suas manifestações mais puras, diz Ricardo, que não se detém de tabus: religião, política ou sexo. E sendo assim espontâneo, e alegre, e solto, facilmente se distingue como um padrão no quadro de nossa propaganda’.

Os criados desse modelo de propaganda brasileiro foram os escritores e poetas da geração pré-profissional: Casemiro de Abreu, Olavo Bilac, Guimarâes Passos, Hermes Fontes, Bastos Tigre, Emílio de Menezes, Guilherme de Almeida, e o mais notório deles – Monteiro Lobato.

E depois? Depois veio o profissionalismo e, com ele, a internacionalização e a perda do sentido verde-amarelo.

Todos nós, a partir de então, nos entregamos ao fascínio das técnicas americanas. Elegemos os padrões americanos como ideal publicitário, como objetivo a alcançar, como gol e aspiração profissional.

Para aderirmos a sofisticação mas acaraterísticos padrões internacionais, esquecemos nossas raízes, ignoramos os valores culturais barsileiros e os caminhos pioneiros da Casa Mathias, com o bigodudo Mathias e Dona Virgolina; do Dragão em frente à Light, que pretensiosamente virou a Light em frente ao Dragão; dos lábios se entreabrindo nas sílabas de Lu-go-li-na; do ‘belo-tipo-faceiro-que-o-senhor-tem-ao-seu-lado1; e desse extraordinário Jeca Tatu, que virou símbolo nacional.

Claro que esses eram caminhos primários e amadorísticos. Mas caminhos abertos por amadores que tinham o sentido da comunicação popular, da linguagem autêntica, caracteristicamente nossa.

Não pretendo eleger esses exemplos em modelo de uma propaganda brasileira. Mas me agrada especular onde teríamos chegado se não tivéssemos renegado nossas raízes para nos entregarmos, como passivos adoradores, às deusas do Madison Avenue.

Vejam bem: sempre valorizei a contribuição das chamadas agências internacionais para o desenvolvimento técnico e ético de nossa profissão no Brasil. E continuo a ter o maior respeito pelo trabalho da Thompson, da N. W. Ayer, da McCann Erickon, que foram as grandes escolas de propaganda e marketing deste país. Nossa dívida para com essas empresas é muito grande. Mas não é este o ponto. O que eu quero dizer é que poderíamos absorver suas avançadas técnicas de marketing e propaganda, conservando a autencidade de nossas raízes e nossos valores culturais.

Também não desejo parecer culturalmente jacobino, ou antagônico às correntes do pensamento e da arte universais.

Mas por que não podemos fazer pela propaganda brasileira o que Villa-Lobos fez pela música, Jorge Amado pela literatura, Di Cavalcanti pela pintura?

Isto é, atingir o universo através do regional; ou melhor, universalizar os valores nacionais. Como Villa-Lobos, que construiu suas bachianas a partir de motivos autenticamente brasileiros; como Jorge Amado, que fez o mundo inteiro amar a Bahia; como Di Cavalcanti, que colocou nossa mulata ao lado da Vênus de Milo, da Afroditede Praxíteles, e de Marilyn Monroe.

É neste sentido salutar que se verifica, hoje, um movimento de retomada de uma linguagem brasileira.

Hiran Castello Branco, no 3º Congresso Brasileiro de Propaganda realizado em São Paulo, em 1978, apresentou uma tese sobre uso e preservação da cultura nacional na propaganda. ‘O estímulo à cultura, escreveu então, como forma de elevar a auto-estima de um povo, deve ser adotado, sempre que pertinente, na medida em que serve à necessidade maior de ajudar a formar a nação. O que se deseja é, portanto, alertar para a importância de se preservar e estimular o uso de nossa linguagem, sempre que a esfera das motivações de uso e o quadro de referências do consumidor estejam na instância das culturas nacionais e regional ou local, mantendo a consciência da importância deste procedimento para a formação cultural do consumidor brasileiro, além de sua eficácia a nível técnico’.

‘Campanhas atuais, continua Hiran, derivadas de desafios de violeiros, sambas-de-breque, tradições do interior, têm sido uma constante, a demostrar que o fenômeno é perene. Cabe mesmo ressaltar que, em muitos destes casos, os anunciantes são empresas multinacionais’.

Foi com este objetivo que a CBBA, Castelo Branco e Associados, criou o Prêmio Jeca Tatu, que visa distinguir anualmente as campanhas de propaganda que melhor valorizam a nossa cultura, e que tem sido prestigiado pela Academia Brasileira de Letras na pessoa de seu Presidente, o acadêmico Austregésilo de Athayde.

Este prêmio instituído pela CBBA recebeu o nome de ‘Jeca Tatu”, como homenagem à obra-prima da comunicação persuasiva de caráter educativo, plenamente enquadrada na missão social agregada ao marketing e à propaganda, que é o ‘Jeca Tatuzinho’.

Ao reproduzir, nesta publicação, uma das primeiras edições deste trabalho – de que já foram impressos até hoje mais de 100 milhões de exemplares -, a CBBA se associa às comemorações do centenário de Monteiro Lobato, pioneiro no uso da linguagem brasileira na propaganda”.

Renato Castelo Branco – Presidente do Conselho Diretor.


sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Chaves magnéticas de hotéis.

Colaboração de Ruth Falcão

Para quem viaja e está pegando hotéis dispões de novo tipo de chave, e mesmo porque logo a maioria estará com este tipo de chave = cartão magnético para abrir as portas, quase igual ao cartão de crédito.
Alguma vez você já se perguntou o que está armazenado nas chaves magnéticas (que se assemelham aos cartões de crédito) dos hotéis?





Veja as informações e mude seus hábitos:

a. Nome do hóspede
b. RG, CPF ou Passaporte
c. Endereço do hóspede
d. Número do apartamento do hotel
e. Datas do check-in e ckeck-out
f. Número do cartão de crédito, e sua data de validade!
g. e-mail do hóspede

Quando você as devolve na recepção, suas informações ficam lá disponíveis para qualquer funcionário com acesso ao 'scanner' do hotel.

Ou ainda, um funcionário pode levar um monte delas para casa e, utilizando um aparelho de 'scanner' magnético, ter acesso às suas informações e sair gastando pela internet.
Simplificando, os hotéis não apagam as informações das chaves magnéticas até que um novo hóspede faça uso delas, quando sua informação sobrescreverá as do antigo hóspede. Mas até que a chave seja reutilizada, ela fica, geralmente, na gaveta da recepção com as suas informações que nela foram "armazenadas"

Resumindo:

Guarde com você suas chaves magnéticas, leve-as para casa ou as destrua.
Nunca as deixe no quarto, no lixo do banheiro e JAMAIS as devolva para a recepção quando estiver fazendo o check-out. Os hotéis não podem cobrar pelas chaves (é ilegal) e você terá certeza de que não estará. deixando um monte de informações pessoais valiosas que podem ser facilmente acessadas, e utilizadas, com um 'scanner' magnético.

Pela mesma razão, se você chegar ao aeroporto e descobrir que ainda está carregando a chave com você, não a jogue nas cestas de lixo.
Leve-a para casa e a destrua com uma tesoura, cortando principalmente a faixa magnética nas costas da chave.

Fonte: Departamento da Polícia Federal

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Pólo Hoteleiro do Cabo Branco


Segundo pesquisa realizada pelo jornalista Wills Leal mostra que a praia do Cabo Branco é o principal pólo hoteleiro da Paraíba.

O estudo se encontra em fase final e deverá ser publicado nos primeiros meses do próximo ano.

Foram identificados nas quatro praias analisadas (Cabo Branco, Tambaú, Manaíra e Bessa), setenta e cinco equipamentos hoteleiros, sendo 35 em frente ao mar, e o restante entre as duas avenidas paralelas a da orla.

A concentração dos equipamentos hoteleiros (hotéis, pousadas, etc.) fica instalada na praia do Cabo Branco e todos estão na primeira avenida. Esses equipamentos também possuem o maior número de leitos.

sábado, 1 de dezembro de 2012

Valle Tierra Mayor e Valle de Lobos


O Valle Tierra Mayor está localizado a 22 km de Ushuaia, é o centro de esqui mais completo da região, sendo pioneiro na prática e aluguel de wind-ski. Também é possível realizar caminhadas.

No Valle de Lobos a neve perdura o inverno todo graças à localização do centro, que se encontra no resguardo dos ventos que sopram nos vales. A atividade mais destacada durante o inverno é o passeio de trenó puxado por cães.






quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Farol do Fim do Mundo


Ushuaia é a cidade mais austral do mundo – também conhecida como o “Fim do Mundo”. A cidade está localizada na Ilha da Terra do Fogo na Argentina.

Ushuaia é o ponto de partida para percorrer e descobrir lugares únicos na Argentina: navegar no Canal de Beagle, alcançar o Farol do Fim do Mundo, percorrer o Parque Nacional mais austral do mundo, e partir desde sua baía até a imensa e misteriosa Antártica.

Ushuaia possui uma rede hoteleira de nível internacional, com estabelecimentos de até cinco estrelas e uma excelente gastronomia, da qual se podem saborear delícias como a centolla, a merluza negra e o cordeiro patagônico.



terça-feira, 27 de novembro de 2012

Parque Nacional Terra do Fogo

Distante a 12 km ao oeste da cidade de Ushuaia é o único parque da Argentina com saída ao mar e ocupa uma superfície de 63.000 hectares, habitat de espécies vegetais como lengas, guindos, calafates, notros, orquídeas, violetas, entre outras.

Passeando no parque o visitante observa diversas vistas panorâmicas do Canal Beagle emoldurado pelas montanhas e bosques. Fizemos diversas caminhadas, entre elas, destacamos a trilha que leva a Laguna Negra e aos diques de castores. Conhecemos também a Bahia Lapataia e as margens do Lago Roca, cujas águas mudam conforme o clima.