XI
Ele, que, antigamente, quando lenhava, só trazia três pauzinhos, carregava agora cada feixe que metia medo. E carregava-os sorrindo, como se o enorme peso não passasse de brincadeira.
- Amigo Jeca, você arrebenta! diziam-lhe. Onde se viu carregar tanto pau de uma vez?
- Já não sou aquele de dantes! Isto para mim agora é canja ... respondia o caboclo, sorrindo.
Quando teve de aumentar a casa, foi a mesma coisa. Derrubou no mato grossas perobas, atorou-as, lavrou-as e trouxe no muque para o terreiro as toras todas. Sozinho!
- Quero mostrar a esta paulama quanto vale um homem que tomou ANKILOSTOMINA e BIOTÔNICO, que usa bonita cantadeira e que não bebe nem um só martelinho de cachaça!
O italiano via aquilo e coçava a cabeça.
- Se eu não tropicar direito, este diabo me passa na frente. Per Bacco!
XII
Dava gosto ver suas roças. Comprou arados e bois, e não plantava nada sem primeiro afofar a terra. O resultado foi que os milhos vinham lindos e o feijão era uma beleza.
O italiano abria a boca, admirado, e confessava nunca ter visto roças assim.
E Jeca já não plantava rocinhas, como antigamente. Só queria saber de roças grandes, cada vez maiores, que fizessem inveja no bairro.
E se alguém lhe perguntava:
- Mas para que tanta roça, homem? - ele respondia:
- É que agora quero ficar rico. Não me contento em trabalhar para viver. Quero cultivar todas as minhas terras, e depois formar aqui duas enormes fazendas - a Fazenda Ankiilostomina e a Fazenda Biotônico. E hei de ser até coronel!.
E nínguém duvidava mais. O italiano dizia:
- E forma mesmo! E vira mesmo coronel! Per la Madonna! ...
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