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quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Jeca Tatuzinho XI e XII

XI

Ele, que, antigamente, quando lenhava, só trazia três pauzinhos, carregava agora cada feixe que metia medo. E carregava-os sorrindo, como se o enorme peso não passasse de brincadeira.

- Amigo Jeca, você arrebenta! diziam-lhe. Onde se viu carregar tanto pau de uma vez?

- Já não sou aquele de dantes! Isto para mim agora é canja ... respondia o caboclo, sorrindo.

Quando teve de aumentar a casa, foi a mesma coisa. Derrubou no mato grossas perobas, atorou-as, lavrou-as e trouxe no muque para o terreiro as toras todas. Sozinho!

- Quero mostrar a esta paulama quanto vale um homem que tomou ANKILOSTOMINA e BIOTÔNICO, que usa bonita cantadeira e que não bebe nem um só martelinho de cachaça!

O italiano via aquilo e coçava a cabeça.

- Se eu não tropicar direito, este diabo me passa na frente. Per Bacco!


XII

Dava gosto ver suas roças. Comprou arados e bois, e não plantava nada sem primeiro afofar a terra. O resultado foi que os milhos vinham lindos e o feijão era uma beleza.

O italiano abria a boca, admirado, e confessava nunca ter visto roças assim.

E Jeca já não plantava rocinhas, como antigamente. Só queria saber de roças grandes, cada vez maiores, que fizessem inveja no bairro.

E se alguém lhe perguntava:

- Mas para que tanta roça, homem? - ele respondia:

- É que agora quero ficar rico. Não me contento em trabalhar para viver. Quero cultivar todas as minhas terras, e depois formar aqui duas enormes fazendas - a Fazenda Ankiilostomina e a Fazenda Biotônico. E hei de ser até coronel!.

E nínguém duvidava mais. O italiano dizia:

- E forma mesmo! E vira mesmo coronel! Per la Madonna! ...

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