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segunda-feira, 13 de novembro de 2023

Orelha do meu próximo livro em 2024: Um Matuto Caminhante (Versão Preliminar)

     

Garibaldi Soares
Em 1945, terminada a guerra, exsurge a paz e a perspectiva de um mundo melhor. A cidade de Patos, à época, estribada na tríade Deus, Família e Trabalho era uma pequena e brava sociedade patriarcal que heroicamente convivia com os implacáveis efeitos das secas e da falta de energia.

     A falta d’água e a fome, terror do povo - festa dos Urubus. Triste realidade só suportada frente às promessas, nunca cumpridas, dos políticos de plantão. Saindo disso, restava à imorredoura fé em Deus e com ela, o dia 19 de março, dia de São José, padroeiro dos agricultores. O “arquiteto” João de Barro e o voo nupcial da Tanajura, meteorologistas de então, prenunciavam se os açudes iam sangrar e os rios correr de barreira a barreira. Hoje, em 2023, o secular problema da seca está sendo superado, com a inauguração do “Canal do São Francisco” e, em breve o carro pipa estará aposentado.

     Quanto à energia elétrica, à época, gerada por motor a diesel, parecia uma tocha de candeeiro, de tão precária e mesmo assim, coisa para poucos. Luz mesmo, só da lua e das estrelas, eternas inspiradoras dos namorados; sem esquecer os Vaga-Lumes que com sua luz atraiam as crianças a brincar, dando-lhes um minuto de paz e liberdade. Só, a partir de 1958, com a inauguração da Hidrelétrica de Paulo Afonso, o problema foi definitivamente resolvido.


     Quanto às crianças, a escola e o dever de casa ocupavam 70% do sol, restando três horas para diversão. A realidade cotidiana conflitava com o mundo dos sonhos. O livro era o caminho da independência da mocidade que já aos 15 anos migrava rumo às cidades maiores objetivando fazer um curso superior. A colação de grau era a porta para a universidade da vida.

     

    O diferencial desta autobiografia reside na capacidade do autor de dar vida aos fatos juntamente com as pessoas que passaram na sua caminhada. Com certeza na condição de coadjuvante, ou figurante, o leitor vai se encontrar em algum capítulo.

    

     Abrir a caixa preta da vida para mostrar vitórias é fácil. O difícil é se mostrar por inteiro, inclusive, os traumas e, isso, Carlos fez com muita coragem e resignação. Sua trajetória está enraizada na família, pois, geminados ao autor caminham duas grandes guerreiras e companheiras inseparáveis, - Ângela, sua esposa, e a filha Raquel (Kell), todos aluminados, pelo Anjo, Carlos Trigueiro Filho (Kakito).

     

    Quem se aventurar a navegar no túnel do tempo do timoneiro Carlos Meira Trigueiro, com certeza, terá um imenso prazer, ao mergulhar nas aventuras de sua vida recheadas de fatos pitorescos tanto do sertão, como no mundo, o que, acima de tudo, servem de experiência aos mais jovens que não tiveram a oportunidade de vivenciar, in loco, o que é a vida de um matuto.

 

Garibaldi Soares de Oliveira

5 comentários:

  1. Jose de Arimatéa Menezes Lucena13 de novembro de 2023 às 21:50

    Excelente. O assunto é por demais interessante e prende a atenção do leitor, só com a leitura da orelha deixando o desejo de quero mais. Desde já Parabéns e sucesso.

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  2. Todo livro é bem-vindo, assim como todos os instrumentos musicais. Quem os utiliza, para os fins óbvios/respectivos, dificilmente incorporar-se-á a hostes insanas que, por maldade ou interesses, divulgam ou praticam a violência e a desordem sociais, em todos os níveis.
    Parabéns ao autor e ao "orelhista" - que tão bem "provoca" os eventuais leitores -, ambos conterrâneos da "Terrinha-de -Majó-Migué" - que desejo ver inserida nas narrativas matutas. Abraços.

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