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terça-feira, 21 de novembro de 2023

Um Matuto Caminhante: Capítulo 1 - Patos (Versão Preliminar)

CAPÍTULO 1


Cultura do Ouro Branco" - Algodão


                                                                PATOS

“Sou um matuto teimoso
Nasci lá no cafundó
Não chove e o mato é verde
É a morada do sol
A noite o clarão da lua
Salpica de ouro e prata
Veja a estrela cadente
Cair na copa da mata”.

Pinto do Acordeon. 

 

Patos, cidade onde nasci, fundada em 06 de outubro de 1788 e emancipada em 09 de maio de 1833, fica a 310 km da Capital do Estado da Paraíba, João Pessoa. Quando nasci, em 19 de novembro de 1945, Dia da Bandeira, ela era apenas uma pequenina cidade encravada no alto sertão da Paraíba e tinha sua economia assentada na criação de gado e no cultivo do algodão, o chamado “ouro branco”.


Catedral Nossa Senhora da Guia - Patos

            Não era só isso. Havia, ainda, as lavouras de subsistência, que tem como suporte o Rio Espinharas que apesar de intermitente, corre pelo vale do mesmo nome. Como um Nilo, entre outros milagres, de suas águas, faz a mim, meus irmãos e amigos, sorri ao lembrarmos dos saudosos mergulhos, que quando descobertos, por nossos pais, fazia-nos “verter rios de lágrimas”, pelas palmadas de amor, por medo de que algo pior nos ocorresse. Hoje, sorrindo, choramos de saudade.

            Tudo era mais difícil, naqueles tempos. Mas, a coragem do povo sertanejo, bravo, tão bem traduzido por Euclides da Cunha, ao afirmar que “o sertanejo é antes de tudo um forte”! Não é para qualquer um. Diuturnamente se enfrenta um inimigo terrível - a seca. Mas, o patoense, como todo sertanejo, não se deixa vencer. Ao contrário, com seu espírito criativo e bem-humorado, mantem-se sempre de pé e, num momento de inspiração, assomo de amor e orgulho, lhe deu o carinhoso apelido de A Morada do Sol.

Morro na entrada da cidade de Patos

Vista aérea de Patos

Coreto de Patos

Carrosel Lima

Centro da cidade de Patos

Vista aérea de Patos

Interior da Catedral Nossa Senhora da Guia

Hino de Patos

 

Patos, eu te Amo Patos

Autor: Amaury de Carvalho

 

Num cantinho da minha pátria amada e dentro do meu coração

Está minha terra adorada de sonhos e de tradições

O seu nome foi tirado da lagoa dos patos tranquilos de lá.

No mundo uma terra tão boa eu creio, meu Deus, que não há,

Patos, te amo Patos,

Patos, eu sempre hei de amar.

A riqueza escondida no teu seio não pode ninguém calcular.

De artista, a cidade é um esteio, são lindas as morenas de lá.

Nos teus campos é bonita a alvorada nos rios que correm por lá.

As loiras meninas douradas derramam perfume no andar.

Patos, te amo Patos,

Patos, eu sempre hei de amar.

O progresso foi chegando de repente e os patos fugiram de lá

Deixando as saudades na gente e a ânsia de vê-los voltar.

Os seus filhos nos recantos mais distantes sussurram seu nome sutil.

São homens de feito brilhantes amando e honrando o Brasil

Patos, te amo Patos,

Patos, eu sempre hei de amar.

 



8 comentários:

  1. Já estava lendo quando sua mensagem chegou.
    Beleza!
    A gente fica com vontade de ver o resto do livro.
    Também estou concluindo um no qual conta a história da Ortopedia e Traumatologia, minha especialidade, em João Pessoa, Campina Grande e Patos.
    Juvêncio Almeida.

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  2. Que maravilha!! Parabéns Carlos Trigueiro

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  3. Muito poético! Um bom começo!
    José Mario

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  4. Excelente. Precisamos publicar as notas memórias para nossos descendentes saberem como foi a terra em que nascemos. Precisamos preservar a memória de Patos!

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